A eletrocardiografia dinâmica, sistema holter, permite a gravação do eletrocardiograma por períodos longos, geralmente 24 horas, com os pacientes em suas atividades habituais.

História
Foi em 1949 que Norman Holter conseguiu pela primeira vez transmitir e registrar um eletrocardiograma a distância, na época ainda sem qualquer possibilidade de uso na prática clínica. Doze anos se passaram até que a evolução tecnológica propiciasse a real efetiva utilização do método preconizado por Holter.

Foi quando a NASA interessada nas alterações da fisiologia nas condições espaciais precisou desenvolver equipamentos capazes de estudar o comportamento do coração dos astronautas em suas missões.

Na década de 60, o exame foi usado apenas como um eletrocardiograma de longa duração, capaz de surpreender fenômenos que a brevidade do ecg convencional.

O primeiro equipamento de holter pesava cerca de 40 quilos tendo sido apresentado à sociedade médica de Montana-Estados Unidos, como curiosidade, e se deixava escapar. Aparecia também como um sistema que permitia aguçar a curiosidade do médico, obtendo registro em profissionais como pilotos, pára-quedista e alpinistas ou em situações como, por exemplo, relações sexuais em cardiopatas e normais.

Com o desenvolvimento tecnológico o método foi aperfeiçoado possibilitando o desenvolvimento de gravadores portáteis leves e mais confortáveis, o aprimoramento dos programas de cada vez mais sofisticados tornaram o exame uma peça importante no diagnóstico e acompanhamento de várias situações da cardiologia.

O Exame
Toda atividade elétrica do período de monitorização é armazenada em um dispositivo de fita cassete comum ou cartão digital.

O gravador é de pequenas dimensões. É conectado ao tórax do paciente, por cabos e eletrodos especiais. O paciente o carregará na cintura como um bip ou telefone celular. As dimensões do aparelho permitem que o paciente realize qualquer atividade física, dirija veículos e siga as eventuais instruções especiais de seu médico.

O paciente receberá um diário onde anotará todas as suas atividades e eventuais sintomas. A correta elaboração do diário é um dos elementos mais importantes para a posterior correlação dos sintomas, atividades e achados eletrocardiográficos.

Através de um programa especial de computador a outras atividades elétricas (batimentos cardíacos) registradas na fita são transformados em traçado eletrocardiográfico e depois interpretados pelo médico.

Suas principais indicações são:

• diagnóstico de arritmias;
• avaliação da eficácia da terapêutica antiarrítmica;
• avaliação do tônus autonômico;
• predição de eventos cardíacos (infarto, morte súbita, ou insuficiência coronária);
• diagnóstico e quantificação do grau de isquemia miocádica.

Dicas
• não interrompa o uso de qualquer medicação sem que seu médico saiba;
• não utilizar cremes ou pomadas sobre a pele do tórax 48 horas antes do exame;
• não deve ser realizado na presença de queimadura de pele do tórax (solar);
• Comparecer ao laboratório com a blusa ou camisa aberta na frente, para facilitar a instalação e posicionamento dos fios e eletrodos;
• não é permitido banho ou atividades que molhem os cabos ou os eletrodos o que implicaria na perda do exame e danificação do equipamento;
• atividade física ou esportiva que implique em grande movimentação do tórax e sudorese abundante deve ser desempenhada nas ultimas horas do exame.